segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Elizabeth Blackwell (1821-1910)


MEDICINA



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Elizabeth Blackwell foi uma dos inúmeros filhos do casal Samuel e Hannah Blackwell. A jovem Blackwell nasceu no ano de 1821 na cidade inglesa de Bristol. Durante a sua infância teve grandes influencias de seu pai, um homem liberal e que jamais ergueu a mão para castigar seus filhos fisicamente. Samuel Blackwell acreditava que suas tanto seus filhos e filhas deveria ter a mesma educação e sendo assim os únicos castigos que as crianças passavam, eram ficar no hall da entrada sentados.
Fonte: Portrait of Elizabeth Blackwell by Joseph Stanley Kozlowski, 1963. Syracuse University Medical School collection

Em meados de 1831 a situação financeira da família começou a ficar ruim e as irmãs Blackwell (Elizabeth, Anne e Mariam) a partir desta questão familiar resolvem fundar uma escola para ajudar no sustento da família.  Anos mais tarde Elizabeth entrar para a igreja episcopal e com a repentina morte de seu pai, Elizabeth Blackwell começa a se interessar pela medicina. Então em 1848 Elizabeth se torna a primeira médica mulher dos Estados Unidos da América.
Blackwell se especializa posteriormente na área da obstétrica e ginecológica, trabalho um tempo na França, na Inglaterra e nos EUA no começo da carreira como médica.  Sua irmã Emily também se torna médica (a 3ª medica de formação dos EUA). Juntamente com Emily Blackwell, Elizabeth funda a Escola Médica de enfermagem Para Mulheres nos Estados Unidos da América. Mas sua ambição não parou por aí e funda também a Universidade Médica Para Mulheres em 1868.
Trabalhou nos seus últimos anos de vida como professora na Escola de Medicina de Londres para Mulheres até 1907, três anos mais tarde Elizabeth Blackwell morre depois de sofrer um acidente de AVC, em 31 de maio de 1910. 


REFERÊNCIAS:


TRINDADE, Ana Paula Pires; TRINDADE, Diamantino Fernandes. Desafios das primeiras médicas brasileiras. In: Trabalho apresentando na III Jornada de História da Ciência e Ensino: Propostas, Tendências e Construção de Interfaces, realizado de 21 a 23 de julho de 2011. Volume 4, 2011 – pp. 24-37.

ALVES, Elaine.  FILATELIA E MEDICINA: ELIZABETH BLACKWELL. Disponível em : <https://www.researchgate.net/publication/305221605>.

PRATES, Paulo Roberto. MULHERES MÉDICAS. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul • Ano XVI nº 15 Set/Out/Nov/Dez 2008.

NUNES, Everardo Duarte. Importância histórica dos manuais de sociologia da saúde
e de suas narrativas. Ciência & Saúde Coletiva, 21(3):821-832, 2016.

Mary Jane Seacole (1805-1881)

Fonte: Maull & Company em Londres (c. 1873)


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Muitos conhecem a Florence Nightingale, mas poucos conhecem a Mary Jane Seacole, a enfermeira negra caribenha. Nascida na Jamaica, na capital Kingston em 23 de novembro de 1805 e viria a falecer em Londres, Reino Unido, em 14 de maio de 1881.
Mary Jane era filha de um oficial escocês e de uma mulher negra livre, não se sabe se a mãe de Seacole foi escrava. Ainda nesse período a escravidão não tinha sido abolida nas ilhas caribenhas. Desde pequena Seacole ajudava sua mãe no cuidado de doentes, sendo assim ela estava frequentemente acostumada a lidar com o oficial médico. Ao longo dos anos se especializou no trato de epidemias, doenças tropicais e em outras doenças, como febre amarela e sarampo.
                                                         Fonte: https://www.britannica.com/biography/Mary-Seacole

“Mary Seacole era uma pessoa tímida e dócil, carismática, determinada, perseverante e lutadora. Herdou da mãe conhecimentos sobre ervas medicinais e tinha adquirido suas habilidades de enfermagem nas epidemias de febre amarela e cólera que ela havia ajudado a combater em seu país e em países vizinhos, como Bahamas, Haiti, Cuba e Panamá. Nesses países ela aprimorou seus conhecimentos e aprendeu a usar plantas e ervas locais para tratar os doentes” (LÖW; OGUISSO, 2013, p. 69).
Trabalhou em outras ilhas do Caribe, incluindo: Cuba, Bahamas e Haiti. Mas quando soube da equipe médica que a Florence Nightingale estava formando para ir ajudar os combatestes da Guerra da Criméia, suas cartas de aceitação foram todas negadas, contudo, Seacole não desistiu e pelo próprio sustento conseguiu ir à Guerra. Ao chegar fundou o British Hotel, um estabelecimento que serviu para cuidar de doentes como também para vender bebidas e comidas. Por causa de todos os seus feitos, começa a ser conhecida como “Mãe Seacole”.
A sua trajetória de vida só é redescoberta em 1973, a partir de uma autobiografia chamada: Wonderful adventures of Mrs. Seacole in Many Lands. Só a partir desse momento que teve enfim seu reconhecimento. 




REFERÊNCIAS:

LÖW,  Lily e OGUISSO,  Taka. Mary Seacole e Maria Soldado: enfermeirasnegras que fizeram história. 1er Cuatrimestre 2014 • Año XVIII - N.° 38.
McDONALD, Lynn. Florence Nightingale and Mary Seacole: Which is the forgotten hero of health care and why?. In: Scottish Medical Journal 59(1). Disponível em : <https://www.researchgate.net/publication/259699740>.

___________. Mary Seacole and claims of evidence-based practice and global influence. 2015 The Author. Nursing Open published by John Wiley & Sons Ltd. This is an open access article under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits use, distribution and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.

ANIONWU, Elizabeth N. Mary Seacole: nursing care in many lands. British Journal of 
Healthcare Assistants May 2012 Vol 06 No 05.

LÖW,  Lily; OGUISSO,  Taka. Mary Seacole e Maria Soldado: enfermeirasnegras que fizeram história. 1er Cuatrimestre 2014 • Año XVIII - N.° 38

Ada Lovelace (Augusta Ada Byron) (1815-1852)



MATEMÁTICA


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Augusta Ada Byron (mais tarde King-Noel), nasceu em 10 de dezembro de 1815 foi uma escritora e matemática inglesa e filha do famoso poeta romântico George Gordon Byron “Lord Byron”, o 6º barão Byron e da nobre Anne Isabella “Anabella” Milbanke. Ada Lovalece era uma das filhas legítimas de Lord Byron, segundo Elizabeth Abboth no seu livro Amantes, o Lord Byron tele uma filha com Claire Clairmont, a criança se chamaria Clara Allegra Byron. Existe Rumores que a sobrinha do Lord Byron, Elizabeth Medora Leigh fosse também sua filha.


Mas retornando para Ada, desde muito cedo a jovem Byron apresentou aptidão para as áreas das exatas e literatura, sua mãe tentou a todo custo afastar a literatura da vida de sua filha, contudo a pequena Byron insistia se aproxima da paixão do pai. A sua paixão pela matemática era tão grande que ela conquistar a amizade de grandes matemáticos e entre eles: Charles Babbage. Com a amizade de Ada e Babbage grandes projetos foram feitos e entre eles o que a tornaria Ada famosa. Ada é conhecida como a primeira programada da história pela criação do primeiro algoritmo que possibilitou maquicas a trabalharem utilizando uma certa programação que tornava mais rápido o processamento de informações. 
Ada se casou aos 20 anos com William King-Noel e juntos tiveram três filhos. Curiosamente morreu com a mesma idade de seu pai, aos 36, sua morte foi causada por um câncer uterino. Foi enterrada junto de seu pai como era seu desejo.

REFERÊNCAIS:


BIM, Sílvia Amélia. Ada Lovelace – falando sobre gênero nas aulas de Algoritmos. In:  Departamento Acadêmico de Informática, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Curitiba, PR Brasil.
ISAACSON, Walter. 1. Ada, condessa de Lovelace.  Os inovadores: Uma biografia da revolução digital / Walter Isaacson. Tradução de Berilo Vargas, Luciano Vieria Machado e Pedro Maria Soares — 1a ed. — São Paulo: Com panhia das Letras, 2014.
SCHWARTZ, Juliana; CASAGRANDE, Lindamir Salete; LESZCZYNSKI, Sonia Ana Charchut; CARAVALHO Marilia Gomes de. Mulheres na informática:
quais foram as pioneiras? cadernos pagu (27), julho-dezembro de 2006: pp.255-278.
ARAUJO, Déborah Abreu de. HERDEIRAS DE ADA LOVELACE: iniciativas para fomentar a participação feminina na computação no Brasil e no mundo. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ RIO DE JANEIRO  2018


terça-feira, 26 de novembro de 2019

HIPÁTIA de Alexandria


MATEMÁTICA, ASTRONOMIA e FILOSOFIA


Fonte: Jules Maurice Gaspard (1862–1919) - Elbert Hubbard, "Hypatia", in Little Journeys to the Homes of Great Teachers, v.23 #4, East Aurora, New York : The Roycrofters, 1908 (375 p. 2 v. ports. 21 cm).

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Hipátia de Alexandria, foi uma filosofa e matemática neoplatónica grega, filha de Theon, matemático, filosofo e astrônomo; nasceu na cidade de Alexandria entre os anos de 350 e 370 d.c no Egito. Filha única, foi criada exclusivamente pelo seu pai, já que sua mãe morreu prematuramente. Durante sua juventude recebeu uma educação rica nas áreas da matemática, arte, literatura, retórica, filosofia entre tantas outras.
Durante o período pré-cristã as escolas de filosofia forneceram brechas para a entrada de mulheres intelectuais nas academias, e uma dessas mulheres foi Hipátia. Viajou para Atenas aonde teve reconhecimento e posteriormente sendo convidada para lecionar na sua terra natal. Criou fama como professora na Universidade de Alexandria, entre os seus notáveis alunos temos: Sinésio de Cirene, mais tarde Bispo de Ptolemais.
Foi autora de diversas obras que se perderam com o famoso incêndio da Biblioteca de Alexandria. Muito do que sabemos de Hipátia é com base na correspondência de Sinésio e a mesma, Sinésio de Cirene oferece a ela a autoria na construção de um astrolábio, um higroscópio e um outro objeto de nome hidrômetro.
Ao longo de sua vida recebeu várias propostas de casamento, contudo sempre respondia a mesma coisa sou “casada com a verdade”, ou seja, ela era casada com a ciência, sendo assim ela nunca se casou. 
Fonte: Hypatia's Murder (19th century print). Ann Ronan Pictures/Print Collector/Getty Images

Em 415 d. C. depois de várias revoltas anti-hereges, em uma fatídica tarde de março Hipátia é atacada por uma multidão fanática de religiosos enfurecidos, é arrancada da sua carruagem enquanto  se encaminhava para a Universidade de Alexandria, é levada a uma igreja das mediações e torturada até a morte, depois de morta o seu corpo não teria descanso. Seu corpo é arrastado pelas ruas da cidade amarrado por uma corda, presa a uma carroça, também acaba sendo desmembrado e jogado a uma fogueira.
           A vida de Hipátia pode ser considerada uma verdadeira tragédia grega. Ela é considerada a primeira mulher a ter trabalhos importantes na área das exatas, é também a primeira mulher matemática que a história registrou e um dos últimos intelectuais que se tem notícias de ter trabalhado na Biblioteca de Alexandria. 


REFERÊNCIAS:

CABECEIRA, ANA CLARA DA SILVA.  A VIDA DE HIPÁCIA DE ALEXANDRIA: REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NA ANTIGUIDADE TARDIA. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASÍLIA, 2014.

OLIVEIRA, Loraine. VESTÍGIOS DA VIDA DE HIPÁCIA DE ALEXANDRIA. Perspectiva Filosófica, vol. 43, n. 1, 2016.

FERNANDEZ, Cecília de Souza; AMARAL, Ana Maria Luz Fassarella do; VIANA, Isabela Vasconcellos. 2.1 Hipátia de Alexandria.  In: A HISTÓRIA DE HIPÁTIA E DE MUITAS OUTRAS MATEMÁTICAS. Rio de Janeiro, RJ, 2019, pp.  11-13. 

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PARA SABER MAIS...

Filme: "Ágora" (2009), direção de Alejandro Amenábar


"Hipátia e o fim de Alexandria" por Calr Sagan